quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Rebelião, e um pedido de desculpas

Uma vez uma mãe leu um post aqui no Me Conta, e ao me encontrar na pracinha disse:
Você tem um blog? Que legal!! Como você consegue?
Eu: escrevo quando da..! Pensando: ah! escrever flui quando se tem tanto assunto quanto uma mãe solteira jovem desorientada e exausta de primeira viagem, acabo digitando super rapido e nem demoro tanto pra escrever um texto, o que torna postar regularmente muito mais facil.
Mas é claro que eu não ia filosofar tanto com a colega da pracinha, até porque o meu pequeno homem-aranha acha muito mais divertido subir no escorrega das crianças grandes pela tabua de escorregar ao invés de usar os degraus da escada, que se fossem de outra escada qualquer, ele se jogaria no chão e faria aquele escândalo que quem não é mãe adora julgar ao presenciar a cena, se eu tentasse impedir!

Refletindo sobre o escrevo quando da...
Tava dando. Até que o pequeno resolveu começar a experimentar os escândalos ai de cima.
E a comprovar ferrenhamente minha teoria de que ele é hiperativo.
E eis que conclui: é, começou a rebelião.

Imagina andar pela primeira vez. 

Imaginou?

Deve ser quase como aprender a voar. Uma pena que a gente esquece.
Mesmo com o medo, ficar de pé e conseguir ir sozinho aonde você quiser pode ser o passo mais importante na conquista da sua indiviualidadezinha (sem pejorativos). Dominar esse novo espaço, passear, tocar um outro nivel, ter outra perspectiva daquele seu mundo.
E correr? Sentir o vento nos cabelos, a velocidade tomando conta daquele corpinho, suas mãozinhas tocando a bola que rola depressa uma distância enoooorme, o sorriso sempre no rosto...

Agora imagina que você decidiu pra onde quer ir, comunicou aos seus pés, que comunicaram ao resto dos musculos, que resolveram que valia o esforço, e foram. 
Imagine então um obstaculo.
Um corpo grande, que se mexe rapido, e que tem força o suficiente pra te carregar no colo.
Imagina que você se esquiva, corre, mira o objetivo final, decide continuar e: aquelas mãos te erguem do chão! 
Eu xingaria.
Eles choram.
O meu anda fazendo birra.
E as vezes a frustração é tanta que ele chega a fazer cara de raiva no meio do choro e vir com as mãos de monstrinho agarrar a primeira coisa em mim que alcance, na tentativa de se livrar daquele obstaculo de qualquer maneira. Na tentativa de se livrar de mim.
O se jogar no chão pra chorar e fazer força pra não seguir pra onde queremos que eles sigam é fruto dessa confusão que deve ser enxergar a figura mãe amor supremo quase uma extensão do eu deles, virar o maior impedimento daquela vontade grande de seguir pro outro lado, de fazer o que não pode, de experimentar o que der na telhazinha, de tocar o intocavel, de ser totalmente livre.
E eles são.
A gente planta a sementinha, colhe, faz crescer, até que chega a hora de podar.
E olha, é tanta folhagem pra cortar que as vezes cansa.
Sinto como se tivesse costurado o não na lingua.
E acaba sendo confuso pra gente também. Sera que temos que reprimir tanto? Sera que devemos dizer tantos nãos? Sera que merecemos essa carinha de raiva de uma coisa tão miudinha pela qual nutrimos tanto amor?

Sim.

Porque eles merecem ter limites, eles merecem aprender a lidar com todos esses sentimentos, merecem se tornar adultos tranquilos, do bem, livres. 
Que pra tirar, precisa se aprender a colocar. Que pra ter, precisa se aprender a perder. 
Porque a liberdade começa quando sabemos que podemos ir, se soubermos voltar. 
E ai vamos pra onde quisermos, quando quisermos, como quisermos. 
Mesmo que queiramos depois voltar para dentro de nos mesmos, ou que não queiramos voltar jamais.

Eu fui, e hoje quis voltar.
Praqui, pra dividir, pra somar...
Desculpa pela demora, a quem estava esperando uma leitura nossa.
E desculpe o texto sem assentos para os olhos repousarem - me restou foi um teclado francês, que aceita o circunflexo, mas que acentua agudamente somente o é, è pros dois lados, e o à presse lado so que usamos bem pouquinho.

Pelo menos nos sobrou o til do não!




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