quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Coração de pai.

Confesso que fiquei em dúvida sobre fazer um post em homenagem aos pais depois do dia dos pais, ou às mães solteiras depois do dia dos solteiros. Como hoje existe até o dia da arara azul, resolvi seguir a tradição, e fazer jus aos papais de primeira, segunda, terceira viagem, novos ou velhos, velhos novos ou novos velhos pais. E também porque claro, o vovô já tava começando a ficar chateado com tantos protagonistas indo e vindo e ele só ali, na vida real, sem ter participação nesse espacinho virtual que ficou abandonado por um tempinho devido a complicações no tec tec do teclado.

É aqui que todo pai modernoso ligado nesse mundo internáutico deveria ir de vez em quando pra se divertir, descontrair, trocar experiências e rir um pouco da (des)graça de cuidar de um pequeno probleminha lindo, ou dois. E foi lá mesmo que encontrei o primeiro post dedicado aos pais escrito por um. E nele, era óbvio, que viriam as reclamações sobre como não se consegue descrever o que é ser pai.
Porque o que é ser mãe é fácil né?! Padecer no paraíso. Há. Mole.
Parir, alimentar, acordar à noite (toda noite), se anular, ser o outro. Doação. Amor de mãe, incondicional.
Mas peraí, foi dia dos pais.
E ser pai é...

Depois de muito pensar, sem ser de fato um pai (apesar de saber que muitas vezes assumimos o papel de um), escolhi

C o m p a n h e i r i s m o.

Ser pai é ser companheiro.
Ser pai é ser companheiro da mãe do seu filho (mesmo que ela não seja sua mulher), da sua mulher, da sua família, do seu filho.
Papai é super herói que usa sempre capa lá dentro da gente, mesmo depois que crescemos todos e ele fica meio ranzinza. Não importa se ele usa terno, sunga ou bermuda, suspensório, tênis, sapato ou chinelo, chapéu, careca reluzente, peruca com ou sem óculos, barrigudo cervejeiro ou tanquinho de geração saúde. Ele vira o homem-coração mais forte do mundo e que ainda por cima voa, na cabeça de qualquer menino ou menina que a gente é, seja do lado de dentro ou de fora. Ser pai é escolha. É aprender a entender a mudança, é aceitar a transformação de uma mulher que vira outra e ainda assim consegue ser a mesma, é aumentar o tamanho dos braços pra caber todo mundo lá dentro, é rasgar o coração todinho prum amor que é maior do que tudo. Um amor menos egoísta que o amor da mãe, que faz bater um coração cego que só enxerga a cria. Amor de pai se estende e leva a mãe todinha junto. 
Papai faz da gente malandro, ensina a fazer estilingue e a chutar bola, ensina a pegar jacaré, brinca de luta e imobiliza a gente no sofá até pedir pinico, ensina a tocar guitarra e bateria e a gostar de sexo drogas e rock'n'roll, nos ensina que se for pra fazer merda, é pra fazer direito. Mas aquele pai que é de ouro, ensina que ser macho é invenção da carochinha e que todo homem chora sim.
 
P a i - vagarinho pra dar tempo de caber em palavra tão curta o todo que ela representa em nossos corações. O meu pai, na minha entonação, pra bater certinho com o tum tum que faz viver.
O pai do meu filho, no vagarar do coração dele, pra entender que rasgar o coração pra caber mais amor não deve doer. O pai de todos os nossos filhos, no tempo do coração deles dois, pra construir casa que não desaba nem com o maior furacão de todos, a ausência.

Pais, feliz dia dos pais atrasado. De coração. De quem deseja que a escolha de vocês seja sempre o seu filho. De quem deseja ver um mundo bem mais cheinho de pais que dão a mão e não soltam por nada nem ninguém. De companheiros pruma vida inteira.

Um beijo.















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