quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Rebelião, e um pedido de desculpas

Uma vez uma mãe leu um post aqui no Me Conta, e ao me encontrar na pracinha disse:
Você tem um blog? Que legal!! Como você consegue?
Eu: escrevo quando da..! Pensando: ah! escrever flui quando se tem tanto assunto quanto uma mãe solteira jovem desorientada e exausta de primeira viagem, acabo digitando super rapido e nem demoro tanto pra escrever um texto, o que torna postar regularmente muito mais facil.
Mas é claro que eu não ia filosofar tanto com a colega da pracinha, até porque o meu pequeno homem-aranha acha muito mais divertido subir no escorrega das crianças grandes pela tabua de escorregar ao invés de usar os degraus da escada, que se fossem de outra escada qualquer, ele se jogaria no chão e faria aquele escândalo que quem não é mãe adora julgar ao presenciar a cena, se eu tentasse impedir!

Refletindo sobre o escrevo quando da...
Tava dando. Até que o pequeno resolveu começar a experimentar os escândalos ai de cima.
E a comprovar ferrenhamente minha teoria de que ele é hiperativo.
E eis que conclui: é, começou a rebelião.

Imagina andar pela primeira vez. 

Imaginou?

Deve ser quase como aprender a voar. Uma pena que a gente esquece.
Mesmo com o medo, ficar de pé e conseguir ir sozinho aonde você quiser pode ser o passo mais importante na conquista da sua indiviualidadezinha (sem pejorativos). Dominar esse novo espaço, passear, tocar um outro nivel, ter outra perspectiva daquele seu mundo.
E correr? Sentir o vento nos cabelos, a velocidade tomando conta daquele corpinho, suas mãozinhas tocando a bola que rola depressa uma distância enoooorme, o sorriso sempre no rosto...

Agora imagina que você decidiu pra onde quer ir, comunicou aos seus pés, que comunicaram ao resto dos musculos, que resolveram que valia o esforço, e foram. 
Imagine então um obstaculo.
Um corpo grande, que se mexe rapido, e que tem força o suficiente pra te carregar no colo.
Imagina que você se esquiva, corre, mira o objetivo final, decide continuar e: aquelas mãos te erguem do chão! 
Eu xingaria.
Eles choram.
O meu anda fazendo birra.
E as vezes a frustração é tanta que ele chega a fazer cara de raiva no meio do choro e vir com as mãos de monstrinho agarrar a primeira coisa em mim que alcance, na tentativa de se livrar daquele obstaculo de qualquer maneira. Na tentativa de se livrar de mim.
O se jogar no chão pra chorar e fazer força pra não seguir pra onde queremos que eles sigam é fruto dessa confusão que deve ser enxergar a figura mãe amor supremo quase uma extensão do eu deles, virar o maior impedimento daquela vontade grande de seguir pro outro lado, de fazer o que não pode, de experimentar o que der na telhazinha, de tocar o intocavel, de ser totalmente livre.
E eles são.
A gente planta a sementinha, colhe, faz crescer, até que chega a hora de podar.
E olha, é tanta folhagem pra cortar que as vezes cansa.
Sinto como se tivesse costurado o não na lingua.
E acaba sendo confuso pra gente também. Sera que temos que reprimir tanto? Sera que devemos dizer tantos nãos? Sera que merecemos essa carinha de raiva de uma coisa tão miudinha pela qual nutrimos tanto amor?

Sim.

Porque eles merecem ter limites, eles merecem aprender a lidar com todos esses sentimentos, merecem se tornar adultos tranquilos, do bem, livres. 
Que pra tirar, precisa se aprender a colocar. Que pra ter, precisa se aprender a perder. 
Porque a liberdade começa quando sabemos que podemos ir, se soubermos voltar. 
E ai vamos pra onde quisermos, quando quisermos, como quisermos. 
Mesmo que queiramos depois voltar para dentro de nos mesmos, ou que não queiramos voltar jamais.

Eu fui, e hoje quis voltar.
Praqui, pra dividir, pra somar...
Desculpa pela demora, a quem estava esperando uma leitura nossa.
E desculpe o texto sem assentos para os olhos repousarem - me restou foi um teclado francês, que aceita o circunflexo, mas que acentua agudamente somente o é, è pros dois lados, e o à presse lado so que usamos bem pouquinho.

Pelo menos nos sobrou o til do não!




quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Coração de pai.

Confesso que fiquei em dúvida sobre fazer um post em homenagem aos pais depois do dia dos pais, ou às mães solteiras depois do dia dos solteiros. Como hoje existe até o dia da arara azul, resolvi seguir a tradição, e fazer jus aos papais de primeira, segunda, terceira viagem, novos ou velhos, velhos novos ou novos velhos pais. E também porque claro, o vovô já tava começando a ficar chateado com tantos protagonistas indo e vindo e ele só ali, na vida real, sem ter participação nesse espacinho virtual que ficou abandonado por um tempinho devido a complicações no tec tec do teclado.

É aqui que todo pai modernoso ligado nesse mundo internáutico deveria ir de vez em quando pra se divertir, descontrair, trocar experiências e rir um pouco da (des)graça de cuidar de um pequeno probleminha lindo, ou dois. E foi lá mesmo que encontrei o primeiro post dedicado aos pais escrito por um. E nele, era óbvio, que viriam as reclamações sobre como não se consegue descrever o que é ser pai.
Porque o que é ser mãe é fácil né?! Padecer no paraíso. Há. Mole.
Parir, alimentar, acordar à noite (toda noite), se anular, ser o outro. Doação. Amor de mãe, incondicional.
Mas peraí, foi dia dos pais.
E ser pai é...

Depois de muito pensar, sem ser de fato um pai (apesar de saber que muitas vezes assumimos o papel de um), escolhi

C o m p a n h e i r i s m o.

Ser pai é ser companheiro.
Ser pai é ser companheiro da mãe do seu filho (mesmo que ela não seja sua mulher), da sua mulher, da sua família, do seu filho.
Papai é super herói que usa sempre capa lá dentro da gente, mesmo depois que crescemos todos e ele fica meio ranzinza. Não importa se ele usa terno, sunga ou bermuda, suspensório, tênis, sapato ou chinelo, chapéu, careca reluzente, peruca com ou sem óculos, barrigudo cervejeiro ou tanquinho de geração saúde. Ele vira o homem-coração mais forte do mundo e que ainda por cima voa, na cabeça de qualquer menino ou menina que a gente é, seja do lado de dentro ou de fora. Ser pai é escolha. É aprender a entender a mudança, é aceitar a transformação de uma mulher que vira outra e ainda assim consegue ser a mesma, é aumentar o tamanho dos braços pra caber todo mundo lá dentro, é rasgar o coração todinho prum amor que é maior do que tudo. Um amor menos egoísta que o amor da mãe, que faz bater um coração cego que só enxerga a cria. Amor de pai se estende e leva a mãe todinha junto. 
Papai faz da gente malandro, ensina a fazer estilingue e a chutar bola, ensina a pegar jacaré, brinca de luta e imobiliza a gente no sofá até pedir pinico, ensina a tocar guitarra e bateria e a gostar de sexo drogas e rock'n'roll, nos ensina que se for pra fazer merda, é pra fazer direito. Mas aquele pai que é de ouro, ensina que ser macho é invenção da carochinha e que todo homem chora sim.
 
P a i - vagarinho pra dar tempo de caber em palavra tão curta o todo que ela representa em nossos corações. O meu pai, na minha entonação, pra bater certinho com o tum tum que faz viver.
O pai do meu filho, no vagarar do coração dele, pra entender que rasgar o coração pra caber mais amor não deve doer. O pai de todos os nossos filhos, no tempo do coração deles dois, pra construir casa que não desaba nem com o maior furacão de todos, a ausência.

Pais, feliz dia dos pais atrasado. De coração. De quem deseja que a escolha de vocês seja sempre o seu filho. De quem deseja ver um mundo bem mais cheinho de pais que dão a mão e não soltam por nada nem ninguém. De companheiros pruma vida inteira.

Um beijo.















terça-feira, 31 de julho de 2012

pra você eu digo sim, sempre.

G e n t i l e z a



e podia parar por aí.
porque que Gentileza gera Gentileza, o Gentileza já fez questão de avisar aos desavisados.
mas é a Gentileza que parou de gerar Gentileza, ou é a falta de Gentileza que impede de rodar esse ciclo tão .. gentil? 
se ninguém cultiva a prática, ela fica extinta. feito vários animais de nossa fauna, feito espaço verde em área urbana, feito tantas tradições que não cabem mais nessa contemporaneidade transviada.
Gentileza virou artigo raro, e mesmo assim, parece ainda não ter valor nesse nosso mercado.
mas sei, mesmo que pra poucos, que ainda brilha mais que ouro. só por isso não perdi as esperanças.
só por isso conto pra vocês o que é que nossa amiga, essa que tá sempre fazendo carinho nos corações de todos nós, tem a ver com a maternidade: tudo.
porque maternidade é vida, vida é amor, e amor quando não é gentil, não é.
porque maternidade é amor, amor é vida, e vida quando não é gentil, amarga.

na pracinha tem um cercado para os bebês. de vez em quando o davi vai lá. deve ter uns cinco, seis anos.
a avó do davi não entra pela portinhola. fica em pé do lado de fora, com sua estatura mínima, seus óculos escuros maxi, e seu cabelo curtinho pintado quase feio.
quando o davi faz besteira - ele faz sempre malcriações com cara feia de criança que esconde aquele apelo desesperado por um pouquinho de atenção da mãe pai avó ou avô - a avó do davi não faz a Gentileza de entrar naquele espaço dele, não faz a Gentileza de participar do mundinho que ele criou mesmo que para desensinar aquele invencionismo torto de quem só quer atenção, ela não faz a Gentileza de estender-lhe sua mão. a avó do davi não mexe um músculo que não o da boca, para gritar num tom alto demais daviii, tantas vezes quanto acharem necessário seus ouvidos semi surdos (dedução lógica, pois quem tanto grita acaba ensurdecendo). o davi aproveita, ao menos ela o está chamando, e não vai.
eu contava uma história protagonizada pelo meu menino, que nada tem no nome de davi. mas o daviiiii ecoou tanto em nossos ouvidos, que sem Gentileza alguma, impregnou o ar da pracinha, e não é que troquei feito vó que confunde o nome dos netos com o dos filhos e até o do cachorro o nome do meu filho pelo nome do davi?


na rua, atravessando com o carrinho, andava ao lado de uma senhora que dava as mãos para o netinho.
esse não sei o nome, mas quase que as entranhas o chamam de davi.
ele deve ter percebido o cachorrinho que passava, pois foi quando as quatro patinhas quase encostaram o pézinho que as mãozinhas começaram a puxar a mão enrugada da avó: vó, vó, vó, vovó, vó, vó... 
ela conversava com uma colega de bairro, e estava ignorando o apelo do neto, que quanto mais percebia o cachorro se afastando, mais rápido puxava a mão que sua vó o dava, quase que por obrigação de quem cresceu escutando que criança não pode atravessar a rua só. ele não queria que a avó perdesse aquele evento. e continuou um pouco mais: vó, vó, vpéraííí meniiiinoooo, não tá vendo que eu to conversaaando??!! num grito mais repentino que cocô de pombo na cabeça, que fez todo mundo que ainda não tinha visto, ver.
dei quase um pulo, do susto que tomei. afinal, ninguém espera um grito ao atravessar uma rua. é até perigoso. uma falta de Gentileza com todos os pedestres.

a avó do davi, e a avó do menino que se encantou pelo cão, deviam já estar cansadas.
criança exige muito, é um dispêndio enorme de energia, que dói mais quando a idade pesa.
a avó do davi e a avó do menino que se encantou pelo cão, deviam já estar cansadas.
ouvir qualquer um chamar seu nome repetidamente, mesmo que num sussurro, irrita.
ter que dizer pela milésima vez que aquele gesto repetido não é aceitável, irrita.
mas ter que conviver com um adulto que tem um coração que não sabe ser gentil, dói.
é feito palavra de madeira que bate sempre dura lá dentro de quem a recebe.
a falta de Gentileza enrijece o único tônus muscular que deve mesmo ser amolecido com o tempo, o mundo fica todo mais cinza, a mentira faz caminho e dá as mãos ao amor, e ajuda a formar famílias despreparadas pra ensinar o carinho e o respeito. o fruto que nasce do ventre de novos tipos de estrutura familiar muitas vezes sofre com a falta. e não podemos culpar o despreparo.
ninguém está preparado pra ser pai ou mãe até ser. então a falta de preparo por si só não justifica a falta na educação. falta de paciência, falta de amor, falta de carinho, falta de respeito, falta de cuidado com uma relação que está nascendo, falta de desejo de compartilhar, ouvir, ensinar, aprender, falta de dedicação, falta de compreensão, falta de saber falar, falta de educação.
isso não vem do despreparo.
vem da falta de Gentileza.
a gente vira mãe, mas continua culpando a nossa por algumas faltas aqui dentro.
mas com a clareza de quem entende que a culpa não é da pessoa mãe, e sim da estrutura familiar que ela e seu companheiro nosso pai foram capazes de criar para nos criar. e que dentro dessa estrutura as falhas são super bem-vindas. elas ensinam. elas aproximam. elas aprimoram.
o problema é quando quem virou mãe carrega no seio materno as lembranças de um lar onde a Gentileza não morava. a falta dela se tornou tão normal que não é fácil perceber a dor que sua ausência traz.
a gente se acostumou com o grito como se fosse o novo falar da família moderna.
a gente adotou o insulto até nas relações mais fraternais.
briga de casal só na modalidade levantamento de voz, e os incomodados que se mudem. mas e quando os incomodados são os filhos? ah. esquecemos que provavelmente se os pais levam os desentendimentos aos berros e bateções de porta, os filhos já até se acostumaram e aprenderam a imitar o tom do dissabor.
aprenderam a imitar com certeza, se acostumaram talvez, mas definitivamente não aprovam e criam um nó na parte de dentro que é difícil de desatar com o tempo, é feito criança que decorou uma tabuada deturpada. e quando crescem, acabam perpetuando essa falta. a de Gentileza.

e é difícil mesmo fazer diferente, quando já se sabe de cor. o que a família ensina a gente aprende assim, de coração. e o que se sabe de coração é pra sempre.
pra mudar é preciso coragem, paciência, disposição, vontade. mas o essencial, amor, o filho já traz. então o resto acaba ficando mais fácil. mesmo sendo ainda uma das coisas mais difíceis, aprender tudo de novo, diferente, quando já estamos crescidos, com coração grande.
então, é melhor quando já aprendemos de coração pequeno a colocar a Gentileza no cotidiano, no sorriso, nas entranhas. pra que ela apareça em cada atitude nossa, mesmo nas horas de firmeza.
pra que saibamos discutir sem levantar a voz, pra que saibamos ensinar sem bater, pra que saibamos ser pais com respeito, pra que saibamos criar nossos filhos pra serem adultos felizes.
porque a falta de Gentileza faz faltar felicidade.
é feito inseticida que espalha com o vento.
feito bueiro entupido que não deixa escoar a água da tempestade, que ao invés de passar, transborda, e com o tempo, acaba alagando o lar de uma família inteira.

G e n t i l e z a.

sim.




quinta-feira, 26 de julho de 2012

Amor de vó

Avó é mãe duas vezes.
Vó, é mãe com açúcar.
Mãe educa, vó estraga.

Estraga mesmo?

A vó também educa, mas a educação dela é bem específica, restrita à parte toda que o amor nos ocupa.
A vovó ensina sobre o amor. Tem vó que nos faz nutrir o amor pela culinária, tem vó que nos coloca a música no coração. Ainda tem avó que costura, e que nos faz amar os panos e linhas e pontos de cruz. 
Tem avó que nos ensina sobre a arte de amar a arte, vovó que nos inspira a amar a ideia de ter um mundo inteiro pra conhecer, avó que nos abre o coração prum caminho sem volta de amar as letras os livros as leituras até de rodapé. 

Tem as minhas avós, que me ensinaram um pouco de tudo isso, e que hoje, me ensinam sobre o amor que pode vir das lembranças, e que mesmo que sem ar por afundar no esquecimento, sobre o amor que vale a pena, o que fica, que é o que nos faz ir à tona pra encher o pulmão do coração de vida.

E tem uma avó que é muito especial. É aquela que você teve o prazer de conhecer quando ainda dava os primeiros passos nessa trilha, de acompanhar de perto enquanto essa mudança acontecia em seu coração e ver o tempo transformar a mulher mãe em mulher avó. Aquela que se tornou a avó do seu filho, e que de uma forma um pouco estranha, um tanto boa, e meio mágica, se tornou ainda mais sua mãe.
É ela que te mostra como funciona esse dom de amar que as avós todas tem.
O de ensinar o amor, pelo simples fato de terem um amor imenso transbordando todo pela pele que envolve três corpos, o dela, o seu, o dele. 
A nossa mãe, aquela que ajudou a fazer a mãe que somos hoje, aquela que nos deu a luz pra que enxergássemos com nossos próprios olhos, aquela que é avó do seu filho, e que vai viver essa relação deliciosa, de ensinar a amar a música, a comida, as viagens, as lembranças, as brincadeiras de outrora, as histórias, o outro, a lua, a vida.

Avó, é amor à vida.

Parabéns. 

Às minhas, às do meu filho, às emprestadas, às amigas, às suas: ver a vida pulsar amor em vocês, emociona.


quarta-feira, 18 de julho de 2012

Real imaginário.

Interrompemos nossa programação para um informe extraordinário:

Este blog não é fruto da minha imaginação.
Todos os seus posts são fruto de memória interna e externa da maternidade que vos fala e alheia - Inclusive, seus relatos são ouro pro meu coração e os recebo de mãos em conchinha, pra que não caiam por aí.
Todos os fatos relatados são hipoteticamente verdadeiros ou não, cabendo a você, querido leitor, querer se identificar com eles ou não, sorrindo ou não.
Ele não segue o modelo querido diário - lê-se: você não encontrará detalhes sórdidos da minha intimidade.
E eu ainda não me apresentei:

Tenho um menino. Um não, o meu.
Tenho um novo coração que cresceu em mim que bate acelerado até quando está dormindo e mais ainda quando ele está dormindo. Eu o amo mais quando está dormindo, se isso for possível.
Tenho vinte e poucos anos e somei uns quinze virando mãe solteira no auge da juventude carioca.
Tenho uma ótima relação com o pai do meu filho, aquele outro jovem que não somou os mesmos quinze anos mas que me deu a mão nessa estrada esburacada  cor de azul do céu que leva até o coração do pequeno. E tenho amor imenso por esses dois juntos.
Tenho amigos e uma família incrível, uma mãe incrível, um pai incrível, que viraram avós mais incríveis ainda.

São meus detalhes divididos.

Agora, seguindo com mais um pouquinho de intimidade colorida, daquelas divertidas que podem se espalhar por aí:

Tenho também um marido.
Mas ele é nômade. Ele não mora comigo. Ele não mora.
Se encosta onde bem quiser, e escolhe se encostar na minha esquina de vez em quando.
Ele usa peruca branca de cabelos cacheados na altura do ombro, e uma camisa preta onde o Pink e o Cérebro planejam dominar o mundo. Ele, trata de dominar sua esquina.
O dono do churrasquinho, elegeu como pai.
Ô pai! - grita ele.
Como deve ter perdido o seu nessas divididas de vida, tratou de escolher outro.
E eu, virei sua branquinha.
"Ô minha branquinha!". Ele é preto.

Tudo começou quando voltava de um passeio com o filhote no carrinho, e ele me parou pra mostrar uma foto de um menino de uns 3 anos em alguma campanha publicitária de bebê em revista, na página que ele havia arrancado e guardado só pra mim.
Disse: Olha, igualzinho a ela (o meu menino não tinha nem um ano).
Aham, com um sorrisinho respondi.
E morri de rir por dentro, numa alegria boa.

Dia seguinte, outro tempo, mesma esquina onde passo:
- Demorou pra descer hoje, meu amor! Tenho um presente pra ela, mas na volta eu entrego.
Fiquei curiosa, mas na volta, ele já tinha partido.
Nos deixou.

Até hoje não sei o que era. O carrinho dele guardava tantas coisas..
Minha lembrança arquivou a peruca, e um coração de pelúcia, que adoça a vida de viver tendo que escolher sempre novos parentes. 

E ele vem com a chuva.
Se esquece do presente.
Mas ainda me chama de branquinha quando passo com meu menino, a menina dele.


segunda-feira, 16 de julho de 2012

O tombo e a culpa

POC.

Barulho de criança batendo a cabeça ecoa dentro de um apartamento inteiro.
Ao barulho segue a constatação: fodeu caiu.

Bota sentado!
Não deixa dormir!

A reação da criança é um espelho da nossa. Quando dói mesmo não tem jeito, é choro na certa. Mas quando o que acontece é mais um susto pelo tombo, dá pra perceber que nos segundos seguintes o silêncio se transforma em esporro dependendo da reação do adulto responsável. E sem esquecer, claro, que se o bebê já estava enjoadinho antes, com sono por exemplo, qualquer pena de travesseiro que encosta no joelho já vira motivo de um choro que só se justificaria com uma fratura exposta na perna.
E é isso aí. Bebês caem. Acidentes são inevitáveis (é claro que tomamos todas as medidas preventivas importantes pra que nada grave demais aconteça, grade nas janelas, protetores na tomada e assim vai).
Mas como faz com aquele sentimento de culpa quando sangra, corta um pouquinho mais fundo, queima, quebra, ou qualquer outra ferida que ultrapasse o raladinho ou hematoma que não altera muito o formatinho perfeito daquela pele acetinada?

Filosofia de mãe de menino:
Machucado dói. Você já ralou o joelho depois de velha mãe? Arde. Dói. Incomoda. Dá vontade de deitar na cama e nunca mais dobrar as pernas até sarar o dodói e cicatrizar, sem ter que sofrer aquela dor toda de novo quando a casquinha sai de supetão ao esbarrarem no seu joelho (porque quando não é pra tocar, até o vovô de bengala na rua andando muito mais devagar que você vai te dar um esbarrão!).
E aí você pensa - sangue tem que lavar. Lavar ferida aberta arde. Passar anti-séptico bom arde. Arder dói, puxar band-aid dói, tirar caquinho de vidro do pé dói, levar ponto dói, levar injeção dói, fazer curativo dói.
Menino corre. Menino pula. Menino quebra janela de vidro. Menino escala até parede lisa. Menino some num piscar de olhos. Menino trepa no galho mais alto. Menino se joga. Menino não chuta, bica.
Logo, menino = dor.
Sendo a matemática uma ciência super exata, nós como mães meninas que somos, vamos pegar toda a testosterona que viveu no nosso ventre, vamos deposita-la junto com a certeza de Aristóteles na lógica matemática, e vamos abolir a cara de nojinho das nossas vidas.
Neném caiu? Ao invés de fazer carão de desespero e mini vômito quando olhar pro vermelho incandescente que escorre do machucado, 

  1. dá colo.
  2. analisa o local para ver se houve alguma lesão.
  3. tá roxo bota gelo.
  4. ralou, lava com água corrente e aplica um anti-séptico pra limpar e evitar inflamações.
  5. foi mais sério e não sabe o que fazer? Liga pra pediatra.
  6. só leve em emergências se for mesmo uma emergência.
Pus é sério, corte profundo é sério, área dos olhos é sério, contusão na cabeça é sério, vômito contínuo é sério, não conseguir mexer a região machucada é sério, e conhecer quando o seu filho tá falando sério é fundamental.

E é claro que você pode sempre optar por não conseguir mudar sua histeria e/ou fobia à sangue, e fazer a linha machucado é com o papai, se tiver um papai tempo integral na família. Se não, a gente vira macho, e consegue passar com tranquilidade pelos acidentes da vida. Consegue não influenciar nosso filho com nossas caras de dó e deixa ele decidir se o spray arde ou não, sem antecipar nenhum sofrimento com aquele: filho vai doer - tssssss! 

Mas, e a culpa?
Quando você tropeçou na rua porque correu tão afobada na tentativa de não perder o ônibus que nem se preocupou em perder o equilíbrio, a culpa foi inteirinha sua. Você não tava contando com a mão da mamãe ou do papai, porque já faz tempo que a soltou e sabe muito bem limpar seu próprio machucado.
Quando a criança é mais velha, e já tem um domínio maior sobre as decisões que envolvem aonde meter ou não o próprio narizinho, ela ainda te procura quando a ferida é externa, e você a acolhe como se fosse um bebê reforçando que temos que ser cautelosos e que a dor vai passar.
Agora, quando seu filho ainda é muito dependente de você, precisa da sua mão pra não desequilibrar e do seu colo pra ir mais longe, se o corte é nele, é o seu coração que sangra.
Sempre dói ver seu filhote sofrendo, mas quando a dor se associa à culpa, ela devasta o interior da mãe que você é. E quando aquele pinguinho de gente que mal sabe andar cai, é porque a gente deu mole mesmo, e sempre tem espaço pro e se. E se eu não tivesse ido pegar outra colher, e se eu não tivesse soltado a mãozinha, e se eu não tivesse ido ali rapidinho desligar o fogo, e se eu não tivesse deixado ele subir sozinho..? Ele com certeza não cairia, mas, quando ele ia começar a ser?
A noção de eu começa a ser criada lá pelos 8, 9 meses. E vai se desenvolvendo até os 2 anos, quando o bebê consegue se perceber como um indivíduo único, uma pessoa diferente da mãe. E é importantíssimo que nós saibamos ajuda-lo nessa fase, deixando que ele ande os próprios passos, ou seja, deixando que ele caia sim, mas sempre sem soltar a mão, aquela que não se vê, que dá o amparo que eles precisam quando se machucam, dentro ou fora. E a culpa?
Ela não é de ninguém. Ela vai gritar no seu ouvido até que você a assuma, ela é órfã procurando desesperadamente por um dono nessas situações de vulnerabilidade. E vai te fazer menor, vai te embrulhar e dar nó no interior todinho, mas a gente tenta não ouvir, quando ela vier, devolva-a ao nada, esmague-a toda, e nem comece a discutir por causa dela. Ver um filho machucado dói, mas a cicatriz interna que guarda um adulto inseguro e/ou super(des)protegido que não conseguiu ser sem o seio materno é muito mais aparente do que as da superfície de fora da pele.
E a memória pode armazenar os tombos todos, mas ela também guarda junto, na gaveta ao lado, aquele carinho de mãe que fez sarar a ferida.

Porque carinho de mãe cura, pra vida toda.  



sexta-feira, 29 de junho de 2012

Pureza de coração, poesia do olhar.

A lua de inverno se contorna à luz do sol.
Os dedinhos todos apontam curiosos. O céu deve ser mais ainda pra eles, tão miúdos.

Hoje um menino chegou do meu lado e falou baixinho, como quem divide um segredo:

A lua me segue.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Parabéns!

Os dias passam tão rápido que quando abrimos os olhos já foram quase todos os 365 que recheiam o primeiro ano de vida dele. E os primeiros 365 que rechearam nosso coração dum amor tão bom que transborda feito recheio de creme naquele sonho salpicado de açúcar.
Mamãe é doçura pura e fica ainda mais bonita no dia dele, que é dela junto.
E experimenta uma ansiedade que antecipa os pulos que o coração dá de alegria na hora do parabéns.
E pensa: é festa.






                            
 
                           

























sexta-feira, 22 de junho de 2012

À pilha!

Toda mãe acha que seu filho é agitado.
Claro. É a gente que passa o dia inteiro cuidando do rebento, e mesmo que ele não seja verdadeiramente agitado, dá um trabalho de  jó. Mesmo que o bebê seja daqueles quietinhos que sentam na pracinha em frente ao baldinho e passam horas a fio a enche-lo de areia com a pá, ele come, mama, faz coco, toma banho, quer colo, quer andar um pouquinho, chora, e começa tudo de novo. Mesmo que ele não seja uma peste que já chega colocando o pézinho nas coisas pra sentir se vai dar pra escalar aquilo ali, que ele não saia do carrinho feito pipoca num saltitar corrido que não dá nem tempo de repousar a bolsa direito, mesmo que ele não tenha insônia desde que nasceu, e que não pare quieto por 2 segundinhos, mamãe vai jogar as mãos pro alto no melhor estilo morta com farofa e dizer que não tem mais sossego!
Aí vai reclamar, porque toda mãe é reclamona: ele não para quieto! Pra ouvir que assim que é bom, sinal de que tem saúde. Há. Saúde só porque não é seu filho.

Se mamãe tá cansada, o problema é dela. Filhotinho não quer saber de deitar a cabecinha. Ele vai direto tentar enfiar o fio na tomada, abrir o tampo da privada pra tomar banho naquela água limpinha, virar o pote de ração do cachorro e espalhar tudo com a mão pra depois enfiar umas duas bolinhas na boca, pegar a ponta do papel higiênico e sai andando pela casa feito joão e maria no seu rastro de pão, subir os degraus da escada, tirar a calça e a fralda que você acabou de colocar, escalar o carrinho, o sofá, a escada, o móvel (qualquer um), jogar a comida no chão, esfregar o biscoito na terra pra enfiar na boca... em suma, vai fazer tudo o que você não deixa e ele sabe que não pode. Pra piorar? Vai fazer sorrindo com aquela carinha linda de sapeca como quem sabe que é irresistível e que te ganha no chamego.
Mamãe pensa: a moral já foi, resta agora se preocupar com os valores - que convenhamos, são muito mais importantes!

Quem dera né?

Não mãezinha, a gente não pode largar de mão porque somos brasileiras e não desistimos nunca! Não podemos largar de mão e criar um pequeno tirano. O tempo passa, o terror (dizem) vai só até os dois anos e meio, depois melhora um pouquinho. E é estimado que o tempo de duração da paixão, pra mulher, é de 36 meses, bem o tempo que dura a fase negra do bebê. Mera coincidência? Acredito que não. A gente deixa de ficar estupidamente apaixonada pelo pacotinho e começa a cagar não ligar mais para a carinha de magoei do gatinho do Shrek. Ela vai perdendo o efeito, ele vai começando a entender melhor o que é um castigo, você vai ganhando experiência e aprendendo a lidar melhor com as mudanças de comportamento que cada fase do bebê trazem de presente pra mamãe.
Até lá, não podemos esquecer que cada atitude nossa é um ensinamento pra eles. Que lá de miudinhos nossa influência é imensa e são os nossos atos de mãos dadas com a personalidade incrustada já desde recém chegado naquela coisinha, que vão moldar a pessoa que vai se tornar o filho de cada uma de nós.
Então vale perder a paciência, melhor do que perder a cabeça. Vale chorar, gritar, descabelar. Mas, sozinha. Não grite com seu bebê, não bata no seu bebê, e olha que sabemos bem que dá vontade de esmagar aqueles bracinhos depois da 9987876876 vez que você precisa agachar, olhar nos olhos e dizer que não filho, isso não pode!
Ele até vai passar a vida inteira te desafiando, mas só porque ele precisa que você diga quais são os limites que ele deve seguir. Daqui a pouco ele para de bater em todo mundo, ele aprende a lidar melhor com a frustração, ele para de gritar feito apito nos lugares mais cheios de gente. Essa fase, assim como qualquer outra, passa. E se você tem um menino que realmente é agitado, mesmo, tipo hiperativo, pode não parecer, mas vai passar também.
E até lá:



quinta-feira, 21 de junho de 2012

Positivo: Uhuuul!! X Nãããão!!

Tô grávida.
PARABÉÉNS!

É.
Normalmente é assim.
Mas temos visto crescer exponencialmente o número de mamães novinhas lidando com uma gravidez inesperada. Talvez estejamos numa época em que isso não seja mais tão escandaloso (pros outros né ;), e a pressão pro aborto diminui.
Sem importar o que foi que resultou nesse bum de mães que mais parecem irmãs mais velhas, além do sexo né, fofa?!, o fator altera um pouco o resultado.
Quando você casa ou junta os trapos, curte a lua de mel e a vida a dois, avança lá quase ou dez anos a casa dos vinte, jogou o jogo da vida direitinho e já tem renda suficiente pra comprar o filho sem sufoco, a gravidez é o passo seguinte que a família e a sociedade toda está esperando.
Se você resolve que o trabalho te completa e que seus sobrinhos suprem sua carência maternal, vai ganhar um belo dum aaah, ela não quer ter filhos da sua mãe quando forem cobrar os netinhos, seguido de um olharzinho tão torto que envesga.
Se você não resolve nada além de camisinha pra que?, e engravida antes de ter chegado no lugar certo do tabuleiro, o olhar torto muda praquela expressão de confusão de quem quer dizer parabéns e tá pensando tadinha, meus pêsames.
Então, imagina só os amigos despudorados livres do bom senso do senso comum:

Tô grávida.
MEUS PÊSAMES.

Você, que só de falar que tá grávida já chora, ia passar os seis primeiros meses com o seu filho aos prantos.
E também tem isso, a moça de família pertinho da casa dos trinta anuncia sua gravidez às festas. Você, linda e jovem que ainda não tá nem preparada pra desgarrar dos vinte, não tem como esconder sua cara de fodeu, seguida de lágrimas sofridas, ao anunciar pra galera que cresce no seu ventre uma pessoinha que você não sabe nem onde vai cair viva!

Aí a sua ginecologista obstetra diz que vai dar tudo certo.
A sua mãe também.
E a irmã.
As amigas.
O pai do feijãozinho.
.
.
.

Mas você não consegue parar de pensar: será? Porque quanto mais a barriga vira melancia, mais se concretiza aquela realidade pra você. A mãe é mãe desde o primeiro dia de gravidez. Diferente do pai que oficializa o título quando o bebê traz sua pele pra sentir aqui fora, mamãe já sente as transformações que o corpo faz pra ir preparando tudo pra chegada do pequeno, e já consegue visualizar o quanto aquela mudança definitiva afeta tudo ao seu redor. E depois que o filho nasce percebe o quanto aquela visão era embaçada feito olho aberto em água turva, e como não dá pra prever nada do que vai acontecer quando se dá a luz.
A única coisa que as duas gravidez, a avisada e a desavisada, tem em comum, é que é impossível estar totalmente preparada pro próximo passo. Você pode ler todos os livros, escutar todas as mães, assistir todas as palestras, ver todos os filmes, fazer todas as aulas de lamaze, yoga, como-ser-zen-durante-o-parto-normal que forem, na hora H você vai se sentir como se sentem todas as mães de primeira viagem: perdida, totalmente.
É engraçado - hoje que já faz um ano porque na hora não tem a menor graça - como essa dança desengonçada de mãe e filho vai virando coreografia pruma vida inteira. Como os ruídos do recém nascido, o chorinho desenfreado, o som da maternidade, vão afinando no tom dos dois pra virar trilha sonora da eternidade. E mais engraçado é a gente constatar que elas, as mães preparadas, que fizeram tratamento pra engravidar, que tinham juntado dinheiro pra fazer enxoval com os gringos, que tinham até um quarto na casa própria pra decorar pro filhote, e um carro pra sair do hospital, são as que mais tem história de eu chorei o primeiro mês inteiro pra contar.
Opa, então descobrimos pelo menos uma vantagem em parir o filhote no susto da juventude: nós acabamos nos tornando mais fortes durante a gravidez.
Veja bem, mãe que é mãe sabe que é mais macho que todo homem, que vira mulher fêmea no sentido mais animal que se possa dar à espécie quando nasce o rebento, sente que tudo o que aconteceu foi pra que se chegasse até esse momento, e mamãe aqui também sabe do muque que todas nós cultivamos na alma, e que nada são só flores em qualquer gravidez, parto e maternidade, independente de como foi a estrada que cada mãe percorreu até o filhote.
É só que as novinhas e/ou de gestação inesperada precisaram lidar com questões diferentes e até em aborto se viram muitas vezes obrigadas a pensar por não ter condições de criar um bebê naquele momento. E parece que a maturidade chega aos tropeços tão rápido que nos presenteia com três rugas antes mesmo da hora do parto, parece que precisamos desde já ir reunindo aquela força invisível que fica escondida engavetada seiláonde aqui dentro pra carregar aquele bebê e ainda lidar com o nervoso dos parentes + o pai do bebê esfregando na sua cara uma juventude que você tinha e que hoje cadê? ou tão imaturo que coitada!, parece que agigantamos em corpo alma e coração porque passamos a ser aquele amor que carregamos aqui dentro.
Pode parecer tanta coisa, mas eu já sei o que é.
É que pra nós, quando ele chega, ele também diz que vai dar tudo certo.
Mas é a primeira vez que a gente acredita.

(Ou, já choramos tanto que perdemos as lágrimas).

terça-feira, 19 de junho de 2012

Titia, eu te amo.

Elas são irmãs. Elas são amigas. Elas são maravilhosas.
E agora, elas são tias.
Foram elas que tornaram essa gravidez repentina mais tranquila pro nosso coração. Foram elas que nos emocionaram ao se emocionarem com o feijãozinho que estava a crescer dentro da gente. Foram elas que nos deram amor incondicional desde sempre, e hoje, são elas que pegaram esse amor todinho e depositaram lá no coraçãozinho do filhote, mas sem quase nunca esquecer de deixar um pouquinho pra gente!


Uma pausa para todo o nosso amor direcionado à titia oficial:
A sua irmã. Ela então, nem tia é. Virou tetéia. Porque ela é linda, ela é gostosa, ela faz tudo por você, ela dá aquele sorrisão pro seu filho e ganha um maior ainda de volta, ela que quase foi contar sozinha pro seu pai que você tava grávida, ela que dirige, ela que te faz companhia quando todo mundo está indo curtir a vida adoidado, ela que vai com você comprar roupinhas pro rebento, ela que te escuta, ela que te atura, ela que corre atrás dele pra você experimentar uma roupa rapidinho, pra você se depilar, pra você comer o que der pra enfiar guela abaixo rapidinho! Porque a gente confia de olhos fechados, de mãos atadas, de pés amarrados e de cabeça pra baixo. A gente bota a mão no fogo e agradece por saber que se morrermos cedo temos essa alma poderosa que vai fazer um trabalho que você aprovaria educando o seu filho. Porque ela tem mais moral com ele do que você mesma. Porque quando você não está ela é a única que não vai deixar ele comer todas aquelas porcarias que você nunca nem deu pra ele! Porque ela nasceu em sintonia com o seu coração.
Por essas e outras mais a gente atura a pentelha mais amada titia disposição pra qualquer hora. É incrível perceber como pode alguém amar e cuidar do seu filho como se fosse dela. 
Ela é quase você, só que é mais legal.
Nós amamos a titia.


E pronto, podemos prosseguir:
Uma vantagem de ser mãe cedo, e solteira então..! é a de ter toda a sua roda de amizade bem ali, amassadinha pra caber no seu cotidiano. E como nós somos jovens, jovens, jovens, mas não somos do exército do surf, estão sempre nos ofertando aquele leque de saídas bacaninhas, que quase sempre recusamos ok!, mas que de vez em quando podemos aproveitar junto com o bacuri, ou, quando ele ficar maiorzinho, sem ele, porque justamente a outra tia, aquela que não for pra baladinha vai estar de babá. Fora que como só você é a descuidada do grupo e foi a escolhida pra dar o exemplo de que gente, camisinha é importante mesmo com os namorados!, ninguém tem um pequeno pra chamar de seu, e adotaram o seu como sendo deles também, dando toda a atenção, carinho, amor, e baba necessários pra que ele cresça estragado pra sempre! Os titios estão todos presentes sempre que você sai e carrega o pequeno contigo, o que é uma delícia pra mamãe, que pode sentir esses seres mais que amados amando seu pequenino, além de poder largar o miudinho na mão de algum deles e ir fofocar com o outro (o que é até muito melhor!), e pro pequeno, que dá graças a deus de poder ver uma carinha nova na brincadeira (porque mãe, ele já cansou de você!).
O tempo define quais são os relacionamentos que duram e os que não. O tempo separa, o tempo une, o tempo reencontra, o tempo reforça laços. O nosso tempo, o de mãe solteira, é só nosso, e exige pouco comprometimento com vontades alheias, pouca concessão, pouco tenho que considerar essa opinião. Pouco porque nós não temos marido mas moramos com a mãe, com a tia, com o tio, com o cachorro, o papagaio, e ainda tem o nosso pai que é super sentimental e a tia que virou tia avó e faz questão da nossa presença em todos os eventos!
Mas, quando o mascotinho da família cresce um pouco, a gente já começa a se permitir, e ser permitida, a zanzar com ele na vida social, e sem ele também. E é aí que as titias se tornam ainda mais importante. Todo e qualquer par de mãos extra é super bem vindo quando se sai sozinha com o filho no sling, a mala dele numa mão e o dinheiro da passagem na ida e do taxi na volta (porque de taxi nos dois prejudica a poupança pra creche!). Quando se chega no lugar e tem que guardar a bolsa, tirar o filho do colo, beber uma água e fazer um xixi, tomar cuidado pro filho não derrubar aquele negócio ali, e não deixar que ele saia correndo puxando a roupa de todas aquelas pessoas que você nem conhece, é essencial ter aquela tia que pega a bolsa pra você enquanto a outra tira aquele peso o seu filho do colo. Aí você respira, sorri, conversa, bebe um pouquinho, dá uma gargalhada, dá uma olhadinha no filho, escuta uma musiquinha, e quando chega em casa pensa em como a vida foi generosa com você, apesar de tudo.
Porque podem faltar algumas coisas.
Mas elas, elas estão sempre ali.

Nossas irmãs, nossas amigas:
os corações que escolhemos para andar de mãos dadas ao nosso, e hoje, ao do nosso filho.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Se conselho fosse bom a gente dava mais ainda.

Ou, Algumas coisas em que eu gostaria de ter acreditado quando meu filho nasceu:

Não ninar o seu bebê.
É uma delícia. Quem é que não gosta de pegar aquela sua micro coisinha recém chegada na fofura total que cabe só em 50cm e colocar em cima da barriga pra tirar uma soneca gostosa a dois depois daquela sessão interminável de um choro desconhecido?
Quem é que não acha que dormir no colo de mamãe embalado pela musiquinha empacotado no paninho envolto nos braços quentinhos da pessoa que te traz mais conforto nesse mundo inteiro é a coisa mais gostosa?
Quem é que não delirou ao descobrir que no sacolejo do ninar aquele chorinho constante cessa, pra dar lugar aos olho revirando e fechando num pá-pum só?

É. Enquanto o pequeno mal mexe as mãozinhas, não sustenta o peso da própria cabeça, não rola prum lado nem pro outro, e pesa menos que um pacote de 5kg de arroz do Tio João, isso é tudo uma delícia mesmo.

Mas, exatamente por ele mal mexer as mãozinhas, não sustentar o peso da própria cabeça, não rolar prum lado e nem pro outro, e pesar menos que um pacote de 5kg de arros do Tio João, é que é muito mais fácil de acostuma-lo a dormir direto no berço, ou em qualquer lugar que seja a caminha dele. Não caia na da vovó, que quer te convencer de que a vida é dura e que mal faz um chamego enquanto ele é bebê, tadinho?!
Se o seu filhote acabou de chegar ao mundo, e é desprovido de qualquer vício por hábito que tenha cultivado, te garanto que ele não vai sofrer nem um pouco dormindo numa cama quentinha quando tiver sono. Acostume-o a ser embalado pelo próprio sono e terá um adulto muito mais tranquilo pra dormir do que aquele que só dormia no colo da mãe ao lado do pai com a música nº 13 do CD que a vovó deu do lado direito da cama com uma fresta de luz que entra pela porta pra iluminar um pouquinho o quarto.
Acredite, fazer essa transição quando o filhote já tá feito leitãozinho com seus 10kg e já senta, fica em pé, rola pra todos os lados e ainda se arrasta pra trás e é mais agitado do que piolho pipocando em cabeça com remédio, é muito mais sofrido pra você e pro bebê.

Não associar comida ao sono.
Quem é que não acha uma delícia ver o filhote adormecer em seu peito?
Quem é que discorda que dormir mamando, naquela chupeta natural, sentindo cheirinho de mamãe no quentinho daquele colo só seu é a coisa ais gostosa?
Quem é que nunca espatifou na cama, botou o peito pra fora e deitou o bebê coladinho ao seu corpo pra dormir o sono dos justos?

É. E realmente é uma delícia. O único problema é que assim o seu filho vai passar a precisar daquilo para dormir, o que significa que durante a noite, ainda mais se ele tiver um sono agitado, se ele acordar por qualquer motivo que seja, só vai ser capaz de adormecer novamente mamando. E enquanto você é aquela mãe disposição faço tudo pelo meu filho nem pinto as unhas e, cabelo penteado?! o que é isso?!, tudo bem, mas depois que o bacuri virou leitãozinho e mais de 365 noites se amontoaram na sua olheira, não dá pra curtir acordar mais de duas vezes à noite pra amamentar. É muita cansativo pra você, o que resulta numa mãe indisposta e chata no dia seguinte, ou seja, também não é o melhor pro seu filhote!

Não acostumar seu filho no colo.
Colinho de mãe, quem não ama? E filho agarradinho com cangotinho bem na altura do seu bico melado e do seu nariz praquele cheiro?
Quem é que não se apaixona pela carinha mais linda do mundo recostada ali nos seus braços?
Quem nunca sentiu o útero palpitando quando pegou um miudinho no colo?

Todas já. E essa sensação de carregar a cria é boa demais. Mas, como tudo em excesso faz mal, ter um bebê que já não é mais tão miudinho assim na barra da sua saia com chorinho que só cala se você carregar ele no colo pra lá e pra cá não dá.



A verdade é que não existe fórmula e nós não precisamos seguir nenhum método que não o nosso próprio na hora de educar quem a gente colocou no mundo.Não há jeito certo de se colocar filho pra dormir, tomar banho ou comer, existe o seu jeito, o que você desenvolveu junto com o seu filho. Mas realmente ter contato com estudos, opiniões e experiências diferentes pode nos ajudar com dúvidas que teremos todas, com certeza. Contamos com nosso bom senso e amor materno e conhecimento do nosso bebê para organizar uma rotina que funcione pros dois, e se você é mais manhosa e super paciente, não vejo porque não deixar o filhote adormecer no peito, nesse chamego gostoso que logo passa e que o tempo não traz de volta.
E prezar por uma rotina é importante também, seja ela qual for, por ser uma maneira de dar segurança ao bebê e deixa-lo menos ansioso ao saber o que esperar.
Só existe problema quando permitimos que um hábito que traga qualquer malefício, tanto à mãe quanto ao bebê, seja criado (por comodismo então, não vale). E se for, que sejamos capazes de detectá-lo e/ou admitirmos enquanto ainda não virou um furacão incontrolável no nosso dia-a-dia.
Lembrando sempre que nossos filhos aprendem nos imitando, que prestam atenção e entendem tudo o que fazemos, e que mudanças exigem força de vontade e perseverança, afinal de contas, se você escova os dentes só depois do café-da-manhã, não vai ser tão fácil se acostumar com uma escovada logo ao acordar, pra comer o pão com gostinho de pasta de dente, não é?




Juntos, sem as mãos dadas e sem sapato.

WARNING -Never leave child unattended.
ADVERTISSEMENT - Ne jamais laisser l’enfant sans surveillance.
ADVERTENCIA - Nunca deije al niño desatendido.
AVISO - Nunca deixa a criança desacompanhada.

Tá bom, mas nunca?
A gente sabe que criança corre risco dobrado de sofrer acidentes pela tamanha falta de noção que tem dos perigos da vida. É impressionante ver como um bebê é destemido, porque de fato, ele não sabe o que é ter medo, ele realmente não sabe como um choque dói, como cair de cabeça deixa no mínimo um galo, como ralar o joelho incomoda, e como se afogar na piscina mata. E por isso não dá pra gente ir cozinhar o peru de natal e largar o bacuri ao deus dará pela casa com todas as portas abertas.
Mas mãe também sente vontade de fazer xixi né Brasil! E ir pegar um belisquete na cozinha, um copinho d'água, e ir ao banheiro rapidinho de porta aberta vale.
Não dá pra estar 100% do tempo com os olhos grudados na cria, ainda mais se o seu menino mais parecer um miquinho de zoólogico que taca coco nos visitantes do que um mini rapazinho. Você pira. Então de vez em quando vale fechar algumas portas estratégicas e deixar o bichinho se aventurar. Cozinha e banheiro não podem fazer parte do percurso, apesar dele já ter sacado isso e ter escolhido os dois como os cômodos preferidos dele. Mamãe piscou e quando os olhos abriram de novo o guri já desapareceu pra ser achado chafurdando no xixi do cachorro, fazendo cara de singin'in the rain enquanto enfia as duas mãos dentro da privada, ou pelado do lado do coco que fez depois que tirou a calça e a fralda!
Eu sigo a teoria de que bebê livre = bebê confiante. E por isso deixo ele sentir que ele pode curtir o espaço como quiser, mas sempre dizendo até onde ele pode ir. Acho importante não ficar grudada feito sombra o tempo inteiro no filhote. Aquelas pessoas que ficam com as duas mãozinhas sempre naquele espaço imaginário que desenham ao redor da silhueta do bebê, pronto pra agarrar caso ele respire fora do nosso tom, não sabem que na verdade o melhor é mesmo deixar o bebê cair. Lógico que você não vai deixar seu filho rolar escada abaixo com a justificativa de que ele precisa aprender, não é isso. Mas se ele está aprendendo a andar, ou aprendendo a se apoiar nas paredes e móveis para ficar de pé, é importante deixar que ele se desequilibre e ache novamente seu equilíbrio sozinho, até porque, a gente pode achar que está pagando de papai tá dando segurança, vai lá filhão, mas na verdade estamos é inibindo o pequeno e transmitindo toda nossa falta de tranquilidade e tensão quando na verdade estamos pensando ai meu deus ele vai cair pra trás e rolar e bater a cabeça na ponta daquele brinquedo duro ali ó!
Cada bebê tem o seu tempo e não vale forçar pra que ele pule nenhuma etapa. Eles estão passando por aquilo tudo pra que o corpo vá criando seu arquivo de movimentos, é como uma memória corporal, até que se sinta preparado pra levantar e ir explorar o mundo nesse outro novo nível.
É por isso que devemos fazer de tudo pra que eles sintam que nós confiamos neles, e que eles estão livres para fazer suas descobertas e que podem contar com a gente sempre que precisarem. E eles pedem sim. Quando querem ir andando acompanhados eles procuram suas mãos, assim como as afastam quando querem fazer voo solo, o que acontece com maior frequência.
Por isso nós pais devemos nos preparar tanto quanto eles pra que essas mudanças se deem de maneira natural e tranquila, sem que fiquemos neuróticos com o pé preto de quem ficou descalço o dia todo (porque pé no chão é a melhor opção para o desenvolvimento muscular e para a segurança do bebê, ou você acha que com aquele all starzinho fofo e duro ele vai se movimentar melhor?), sem se preocupar tanto com o contato do bebê com a sujeira, e se você é daqueles obcecados por limpeza e parecer impossível e irresposabilíssimo largar um bebê na terra pra brincar, não leve ele pra um ambiente com terra! porque ele pode sentir vontade de ir pro chão, e você vai se sentir obrigado a impedir que o seu filho brinque, ainda mais se ele vir outras crianças se divertindo com a mão na massa. Procure deixa-lo sempre em locais que proporcionam liberdade com segurança pra seus movimentos desequilibrados, e deixar aquele desequilíbrio emocional em casa que é pra não ficar com cara arregalada quando o seu filho quase der com a boquinha no cimento e cortar o lábio inferior com os dentões que ele já tem, ele não precisa olhar pra mãe dele e se assustar, ele quer ver todo o conforto que ele precisa naqueles olhos que ele conhece tão bem.
Não existe maneira cera de ser mãe e pai, existe a sua maneira. E a maternidade sempre é uma experiência à dois, que requer não só o preparo do seu filhote pra dar mais um passo pra vida, como também o seu (que muitas vezes é bem maior do que o dele). Mas vale um conselho de quem está na estrada faz tanto e tão pouco tempo? A gente é capaz de deixar alguns medos e anseios pra trás pela felicidade do pacotinho.

E quando você perceber que seu filhote anda por aí se levantando e sentando quando bem entende, indo pra onde a cabecinha dele o guia na maior vontade própria que você já viu numa coisa tão pequena, o coração vai encher de uma coisa tão boa que não sei nem nomear, e você vai pensar que aquela pessoinha está pronta pra escrever sua própria história, e que você tem o prazer de ter sido escolhida como sua companheira de aventuras.


Então que tal irmos brincar de voar? Mas sem sapato.


quinta-feira, 14 de junho de 2012

A vida dá voltas, mas somos todos vacinados.

Uma vez vi uma colega jovem mãe de menininha fofa de três anos chorar enquanto contava nervosa que no dia seguinte teria que levar a filhota pra vacinar e que o marido não ia poder acompanhar. A bichinha estava tão nervosa que só de tocar no assunto derramava aquelas lágrimas.
Na hora eu grávida já vesti o macacão de mãe fodona corajosa e pensei com minhas entranhas, prfff, chorar por causa de uma injeção ainda por cima um dia antes é coisa de mulherzinha desequilibrada. Há. A vida, que não é boba nem nada me respondeu alguns meses depois com um categórico tôma! Ninguém tinha me dito que eu ia fazer isso todo mês durante os primeiros sete meses de vida do rebento, e muito menos que ele ia pegar uma virose tão parecida com dengue que eu teria que tirar sangue, pra encher TRÊS cilindros daqueles enormes inteiros, de um bracinho tão miúdo que ai meu coração.
A gente entra em pane quando descobre que o feijãozinho já foi plantado e tá todo lindo ali germinando, a gente se sente mal e se sente mal por estar se sentindo mal, a gente pensa até em aborto, e nem adianta vestir o tal macacão da superioridade porque pensa sim. E depois que tudo se acerta, que o pinininho nasce e abre aqueles olhinhos todo enroscado em você, começam a espetar ele todinho!!
Se não rolar um preparo emocional, a gente logo vira mulherzinha desequilibrada. Ver aquele recém nascido arroxear feito repolho no modo bocão aberto eternamente on, e sem sair um som daquilo tudo denunciando a total perda do ar naqueles segundos intermináveis já basta pra vovó neurótica ficar gritando assopra a cara dele! assopra! A gente não assopra, e calmamente fala filho, a dor vai passar e vai ficar tudo bem - beijinho na cabeça. Mas o coração chora e a garganta aperta, e se as lágrimas rolarem, tudo bem. Você vai aprender a controlá-las com o tempo, e talvez o mecanismo de defesa do seu organismo pra não chorar na hora da picada bem na frente do seu filho, seja exatamente o de chorar o dia anterior inteiro. Como minha colega ali de cima. (Bem que mamãe sempre diz não cospe pro alto...).
Mais uma dificuldade pras mães solteiras. Provavelmente, você vai passar por muitas situações de ter que levar o filho ao médico ou para tomar vacina sozinha, porque nem sempre sua mãe vai poder te acompanhar, ainda mais se ela não for aposentada como a maioria das vovós de cabelo branco. E nem sempre vai poder contar com o pai dele. Então é muito importante lembrar que seu bebê é feito esponjinha que suga toda a energia que o cerca, e que sua tranquilidade nessa hora é fundamental pra ele. Imagina só a criança morta de medo daquele ambiente que só traz recordações associadas à dor, olhar pra cima em busca de algum conforto e encontrar a sua cara torta de quem tá no chuveiro de psicose!
E se você realmente não conseguir disfarçar, deixe que outra pessoa o acompanhe, de preferência alguém que tenha uma relação de confiança com a criança. 
São situações que podem te esvaziar. Tirar sangue do bracinho pesou, exauriu, esgotou e fez o dia todinho cinza. Se der pra não ir sozinha, escolha sempre essa opção. Se não der, não se preocupe.
Um dia você vai chegar toda tensa na sala médica sabendo que vai ter que prender segurar seu menino que agora parece um polvo com aqueles bracinhos ágeis e fortes na cadeira pra moça enfiar a agulha ali bem perto do ombrinho, e ele ca-gar um balde e nem se incomodar com aquilo tudo!
Mamãe quase desmunheca de tanto orgulho do seu pequeno grandão e fica toda prosa cantando parabéns e tudo. Olha! ele nem chorou, virou um homenzinho - diz pra enfermeira!
Não, é que essa injeção não dói mesmo. 
Hunf!

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Ele tá de olho é na butique dela

A gente já engravidou no susto, já encaramos a reação de todo mundo e a nossa, já sofremos os 9 meses de enjôo feito ressaca eterna, já vomitamos feito a menina do exorcista, já nos deformamos a pele de fora, já perdemos quase o cabelo todo de tanto que caiu e ainda lidamos com os chifres de fios curtos do cabelo novo que veio feito semente de reflorestamento pra não nos deixar carecas, ficamos com o pé inchado, com dor aqui e lá e em tudo ao mesmo tempo agora, já abrimos mão da vida social, já estamos sóbrias vai fazer dois anos, aguentamos a dor do parto, já lidamos com a frustração da cesárea ou com o pacotinho explodindo pelos países baixos, já aturamos a família inteira dele e a sua juntas, já abdicamos do sono noturno e já trocamos tanta fralda que agora vai até de cabeça pra baixo, já fizemos o impossível pra dar um abraço no pai desnaturado do nosso filho quando na verdade queríamos era dar com a bigorna na cabeça e esmagar aquele corpitcho feito coiote coió. Isso, e mais mil outras coisas que só a gente sabe como é sentir na pele.
Já tava bom né? Dava até pra pular a parte das 80 línguas e ir ser Papa.
Mas, como a superação engrandece o homem e nós somos mães maravilhosas que estão sempre em busca da evolução plena, ainda colocam no nosso caminho aquela namorada do pai do nosso filho. Aquela sabe?

Aos pais, a gente faz uma listinha básica do que não vale fazer:

  • Ter qualquer tipo de relacionamento amoroso seja ele tradicional ou contemporâneo, real ou virtual ou imaginário (esse até pode, mas é melhor não arriscar pra não dar chance de evoluir), com qualquer mulher que seja presente na vida do seu filho e que mantenha laços com ele. Tais como babás, professoras, ou qualquer outra que ele chama de tia fulana e que veja com frequência.
  • Manter um relacionamento com aquela gata que faz o tipinho boa moça mas que na verdade é a vilã do seriado teen encarnada. Ela pode ser uma ótima pessoa, amiga irmã filha maravilhosa, inteligente legal interessante, tudo junto nesse corpão só, mas não presta pra namorar e é uma péssima referência para o seu filho. A gente sabe que você tá apaixonado e que vai ficar cego e burro pra enxergar isso tudo, mas é só ficar esperto e não deixar passar mentirinhas e histórias enroladas que nunca ficam comprovadas como sendo verdadeiras ou falsas, e desconfiar se ela tocar muito no assunto mãe do seu filho, ela pode ser dessas maníacas por ex-namoradas que no auge da insegurança e falta de maturidade vão tentar fazer de tudo pra prejudicar a relação de mãe e pai (que nós mães nos esforçamos tanto pra ser boa) e acabar atingindo assim o seu filho, que não tem nada a ver com isso.
  • Levar adiante relacionamentos conturbados que dia sim dia não terminam naquela briga estilo barraco. Se a mulher que está com você é dessas encrequeiras na briga, e você acha lindo porque se ela é ciumenta e intempestiva é porque ela te ama de verdade, NOT. É porque ela é barraqueira mesmo. Termina enquanto é tempo antes que você se pegue gritando junto. E posso garantir que não, isso não é uma fase e quando vocês casarem, se as portas já são escancaradas agora, com o passar dos anos é capaz até delas caírem. E você não quer que o seu filho seja educado em um ambiente familiar hostil, onde o exemplo de relacionamento que ele vai ter é esse de casal perturbado da novela das nove. Lembrando sempre que criança aprende com os exemplos, e que a base que temos em casa é que vai dar o tom do adulto que seremos.
  • Trocar de mulher como se troca de roupa. Isso até vale, mas, sem que seu filho faça parte desse universo, e sem que reine a falta de respeito. Apresentar uma namorada pro seu filho é um passo muito importante, e é atitude que merece ser pensada com carinho, e discutida com a mãe da sua cria. Vocês dois precisam estar nessa juntos pra fazer a criança entender que qualquer relacionamento externo não altera em nada o relacionamento de vocês como pais dele. E pra isso, é preciso maturidade para realmente não deixar que o seu namoro casamento romance caso flerte interfira nessa relação, porque o ideal seria que essas duas mulheres, a mãe do seu filho e sua atual companheira, pudessem se dar bem e criar um ambiente de harmonia para a criança nos momentos em que estiverem todos juntos.
Aí o pai para e pensa: - porran, mas assim eu não vou achar uma mulher nunca! Logo eu que sou carente inseguro dependente de mulher e não sei ficar sozinho!!
Aí a gente para e ri: - éééé... porque que você acha que a gente não vive arranjando namorado toda hora?
Porque nós, ao contrário de vocês, colocamos os filhos em primeiro lugar. 

É claro que nós não somos injustas e sabemos que muitas vezes nos enfiamos em roubadas (vide passado negro), mas realmente o fator como-esse-relacionamento-vai-interferir-na-vida-do-meu-filho pesa muito mais na hora da mamãe escolher o futuro padrasto do que do papai escolher a futura má draga drasta do filhote. E válido pros dois, é lógico que você não vai conseguir escolher por quem seu coração vai se apaixonar, mas como você é maduro o suficiente, e se ainda não é, corre, porque seu filho cresce um pouquinho mais a cada dia!, você não vai ficar por aí super se permitindo cair na da paixão é a suspensão do juízo, porque não cabe mais a você curtir essa vida loka adoidado. Você tem um filho pra criar.
Agora, se a sua escolha é essa, a de curtir o romance como se não houvesse amanhã, também será respeitada, mas sabendo que a renúncia é grande, que você está colocando muita coisa em risco, e que você perde bastante sua credibilidade. Porque como dizem por aí, com maluca não se brinca. Mas com mãe, menos ainda.

 Às mães, eu só posso dizer: todas vamos passar por isso, e quando acontecer é só dar uma benzida aqui, um sal grosso ali, e repetir aquele mantra da mamãe solteira - eu é quem tenho a maior influência sobre o meu filho, e não o pai dele com a companheira doida, nega, maluca, careca, cabeluda. A nova namorada do papai sempre vai ser um problema até que a vida acomode tudo em seu devido lugar, separe o joio do trigo, se encarregue de na hora certa mostrar quais são os valores certos e os errados que estamos cultivando. O ideal seria que ela fosse madura o suficiente para compreender que há uma relação que existe ali, com o namorado dela e outra mulher, que é completamente diferente da relação que ela vive com o homem em questão, e que é muito importante pra todos que ela saiba respeitar isso. E que não tente fazer mal a isso, porque ela pode achar que está atingindo apenas ao homem e mulher que estão por trás do pai e da mãe, mas uma vez que se adquire o título, fica impossível desvincular um do outro, e acaba que a mulher que ela toma como inimiga #1 da sua segurança, é acima de tudo mãe, e que quaisquer danos que ela pode causar serão sentidos também pela criança envolvida nisso tudo. Por isso, namoradas dos papais, deixem seus problemas entre as quatro paredes que vocês dois dividem, e não queiram levar suas insanidades e mentiras até a mamãe, ela já tem preocupações demais, e é muita falta de carinho não considerar que existe um bebê na história!
Agora, por outro lado, a mulher dentro da mãe que você se tornou ia sapatear arrancando os cabelos se o pai do seu filho, aquele homem que mal ou bem divide toda uma história com você e com seu coração, tivesse do lado de uma outra mulher que você considerasse maravilhosa, bonita mesmo por dentro e fora, de integridade e maturidade que passa longe das intrigas e mentiras, que fala doce e compreende todo esse rolo de estar enamorada de um pai do filho de outra. A gente chora, mas é melhor ter faniquito de mulherzinha com dor de corno sabendo que se esse relacionamento for pro altar ou dividir as escovas de dente, seu filho vai ter uma segunda figura feminina na vida dele pra ensinar que a mentira é pequena mata a alma e envenena, e que é melhor se esculhambar todo falando a verdade, por mais difícil que seja, porque afinal, ela que garante nosso potinho de ouro mais lá na frente. Melhor ter ciúmes dessa mulher que presta demais, do que se preocupar com o que o seu filho vai aprender da que presta de menos.
Uma vez ouvi que a namorada de um papai conhecido meu, quis, voluntariamente, ser apresentada à mãe da filha dele (até porque homem não tem sensibilidade pra essas coisas), porque sabia que era importante para a mãe saber com quem a filha dela está andando, e de fato é. Olha que madrasta dos sonhos, fofa toda vida, feito Julia Roberts em Stepmom, que quando a gente achava que já não tinha mais lágrima pra cair, faz aquelas fotos lindas da família toda junta. Vai ver porque a mãe já estava em estado terminal.
Deixamos combinado assim: a gente torce pra que ela seja linda por dentro, bonitinha por fora. Porque a gente não quer se preocupar, e no fundo quer que o pai do nosso filho seja feliz, mas nem tanto!

É possível que todos esses relacionamentos funcionem bem juntos, basta maturidade e que a prioridade seja sempre o bem estar do filhote. E dá pra encontrar uma companheira legal que entenda essa dinâmica. Eu, por exemplo, seria uma ótima namorada de pais solteiros!   

terça-feira, 12 de junho de 2012

Dia dos namorados

Queria começar esse post dando uma dica de onde ir pra conhecer pais solteiros, bonitos e gente fina pra chuchu, só que infelizmente o Rio ainda não é cenário de filme americano e eles (os pais solteiros) não andam no maior estilo descolado/disponível pelos corredores dos mercados prontos pra pegar seu telefone e marcar um date. Então, a dica tá mais pro estilo: querida, ainda não é hoje. Se contente em levar o bebê pra passear com a titia!

Nesse fim de semana tem babybum, ó. 
Feirinha pequena com coisas super fofas pros filhotes, pra você levar pra casa roupinhas fofas, objetos bacaníssimos de decoração, fantasias e brinquedos diferentes, ou só a inspiração mesmo tá valendo!
E um piquenique (nos jardins do MAM, na Quinta da Boa Vista, na Lagoa, no Jardim Botânico) é sempre um passeio super romântico pra se fazer com o hominho da sua vida.

Não vamos esquecer que o dia dos namorados celebra o amor. Então, mesmo pra quem tá sem um par romântico na data, vale fazer um brinde cheio de esperança de que o amor, mas aquele do bom, purinho sem os agrotóxicos da alma, siga reinando como exemplo na vida dos nossos filhos.

tin-tin!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Mãe de família

Depois do décimo encontro, já temos um relacionamento mais sério, e como moça de bons costumes que somos, resolvi que essa é a hora de apresentar minhas verdadeiras intenções com os filhos de vocês. Nenhuma. A minha intenção é com vocês mesmo. Dos nossos filhos cuidamos nós. Mas, e quem cuida da gente?

É claro que a gente dramatizaqueen um pouco, e que temos quem zele pela nooossa alegria. Mas é bem verdade que engravidar mais cedo do que se queria, assim meio que totalmente no acidental mode on, sem emprego e sem perspectivas de, sem um marido pra chamar de seu, e sem uma casa pra chamar de nossa, é muita areia pro caminhãozinho e demora um pouco até que a gente vá arranjando com jeitinho espaço na caçamba pra caber isso tudo.
Então, mamãe linda que tá com o maridão aí do lado, mas só vale aquele fofo que de tanto exercer a paternidade tá com um pezinho do lado de cá, esse post não é pra você - senta lá Cláudia. (Apesar de achar sempre válido aprender com as experiências dos outros).

Voltando ao pouco espaço que temos aqui dentro pra lidar com uma bomba dessas aos vinte e poucos anos... (ô quê? Você ainda nem fez vinte anos?! Calma, encosta sua cabecinha no meu ombro e chora, que vai ficar tudo bem!).
De antemão posso e digo que você dá conta disso tudo sim. Só ainda não sabe como. Mas vai descobrindo.
Foi depois de colocar muitos pés pelas mãos, depois de não ter ouvido quem me queria bem (por estar muito ocupada em tentar ouvir o tum tum aqui de dentro), depois de dar a outra face várias vezes e colocar a cara a tapa para levar muitas porradas da vida, depois de amadurecer uns 15 anos em 9 meses que talvez precisariam ter sido só uns 10 se tivesse com quem dividir tudo isso, depois de ter chorado muito, brigado muito, insistido muito em coisas que não valiam a pena, depois de ter passado por todos os problemas que envolveram minha gravidez que pareceram pesar 10 vezes o que pesariam numa situação hormonal regular, que eu senti a necessidade de um espaço onde tudo isso pudesse ser dividido.
Um, porque quando se escreve parece se ter um domínio maior sobre os problemas.
Dois, porque quando eles cabem nessas letrinhas que no tec tec do teclar vão se unindo pra formar essas palavras, eles viram concretamente menores, e numa relação diretamente proporcional e esquisita, quanto mais multiplicam-se os olhos que os veem escritos, maior é a sensação de divisão e fragmentação do que te incomoda, até chegar ao ponto onde tudo está tão diluído que deixa de ser um problema.
Três, porque é bom saber que tem alguém vivo depois de ter passado por uma mesma situação que pode em alguns momentos esmagar tanto o coração que parece que vai virar pasta.
E finalmente, porque depois de ter tido meu menino, de ter aprendido a lidar melhor com as coisas, de ter me viciado em leitura maternal, de ter mais tempo livre e ao mesmo tempo estar mais atarefada do que nunca, de ter visto uma das maiores dificuldades da minha vida virar rotina e deixar de ser tão difícil, foi que comecei a perceber que além desses problemas, existem mil outras inquietações que envolvem ter um filho na idade de ter um porre, e que ainda não existem muitos lugares onde se possa buscar aquela luz divina sobre como lidar com elas.
Do ventre das minhas angústias de mãe dessa família tão contemporânea, é que nasceu esse espaço. Na busca de um novo diálogo sobre essa nova tendência, não só a de ter filho cedo (sim, porque o babybum tá tão grande que tá até parecendo tendência de verão 2013 engravidar novinha), mas também a de criar um filho fora do modo tradicional à quatro mãos, morando na sua casa junto com o maridão.
Na busca de outra perspectiva que não a de psicólogos e advogados sobre como os pais devem dividir esse tempo e todas essas questões com o envolvido mais importante de todos, o filho.
Seguimos só com nossas duas mãos, mas daqui, tô eu tentando não te fazer esquecer que não estamos sozinhas nessa! (No melhor tom de auto-ajuda que você conseguir dar à essa frase!).

sábado, 9 de junho de 2012

Mamãe, me dá?

A gente ama brinquedo de madeira.
Olha que fofura sustentável, inquebrável (mas, não duvido nada..) e educativa. Daqueles brinquedos que mamãe gosta tanto ou mais do que o filhote. E ainda dá pra personalizar com o nominho do pequeno!






E pra quem gosta de uma corzinha:




As duas coisas fofas daí de cima a gente também encontra na etsy aqui aqui.



Chuva, eu tentei te amar.

Feriadão. Família em casa. Ninguém trabalhando. E aí, cai a chuva. Fazendo o trabalho dela, todo o dia sem parar. Lavando as almas dos que estão de folga, embalando os sonhos debaixo dos edredons nos sofás desse Brasil, virando quase que trilha sonora dos casais românticos que estão curtindo um dia dos namorados super estendido. Ela só esqueceu que quando ela cai, as pobres mães soteiras de filhos ainda bebês, não curtem o feriado. Tem trabalho dobrado, ainda mais quando o filho em questão sofre de hiperatividade, 98% de certeza, diagnostica a mamãe. Sem dramas? Ok. A gente curte sim. A gente acorda um pouquinho mais tarde porque parece que até o berço fica com aquele gostinho de quero mais, um soninho que parece grudar no pequeno e que, por milagre de todos os seus e meus deuses juntos, consegue deixar ele deitado por cinco minutos inteirinhos do seu lado vendo TV e curtindo um carinho de mãe na barriguinha. A gente curte ver o piolhinho todo coberto com aquele macacãozinho coisa mais linda de deus e acha uma delícia aquela bundinha listrada andando feito bêbada no balanço dos pézinhos que ainda estão numa sintonia meio desafinada. A gente corre atrás, joga pro alto, deita na cama e faz cosquinha, come os dedinhos do pé, prfffff no barrigão, mordisca a orelhinha, brinca de pique pega, de cadê-mamãe-achou!, de quem quer esse porquinho; e fica só um pouquinho suada!! Mas como você e eu sabemos, o relógio dos bebês é diferente do nosso, e tudo isso passa rapidinho. Nenhuma atividade com um bebê dura muito. Eles logo tem a atenção desviada por qualquer outro barulho ou cor ou objeto, logo ficam entediados e querem trocar de paisagem, querem andar, querem sentar, querem colo, mamar. É muita energia prum par de mãos só! Então, pra quem está acostumado com algumas atividades externas regulares, tais como pracinha, natação e passeios na rua, 4 dias inteiros de chuva são realmente uma quebra de rotina bem difícil de lidar. Ainda mais se você não tem um marido e não dirige (lê-se: tem duas mãos esquerdas!). Como o Rio carece de lugares fechados com atividades para bebês (ou vocês tão sabendo de alguma coisa que eu não?!), o jeito é ficar em casa mesmo, ou se, sua família não tiver mil outras coisas pra fazer, aproveitar uma caroninha pra dar um passeio em qualquer lugar. Sim, porque já no terceiro dia de confinamento até um pulinho na padaria vira aventura! Visitar um parente, um amigo, ou até um conhecido. Sim, porque no terceiro dia de confinamento, até conhecido vira íntimo! Mas se não tiver carona, a gente não se desespera com aquele chorinho de irritação no nosso ouvido o tempo todo. A gente faz assim:
Lá no Saara, tem aquelas caixas que vem com uns 20 vidrinhos de bolinha de sabão. Compra. Os efeitos que a bolinha de sabão exerce sobre os pequenos valem um texto exclusivo.
Deixa aquele carrinho de andar que ele adora no corredor , mas lembre-se de esconder quando ele estiver dormindo, porque senão o feitiço vira contra o feiticeiro e ele vai passar o dia todo berrando pra você coloca-lo lá dentro e ficar andando da sala pra cozinho pro corredor pro quarto. Sabe todos os brinquedos que ele tem? Junta tudo. Relaxa, um pouquinho de bagunça não faz tão mal quanto um bebê entediado.
Se o pai dele não virou seu marido mas ainda é seu amigo, deixa ele chegar junto e aproveita a presença dele pra brincar de bola e outros jogos que são mais divertidos quando se tem mais de dois jogadores, ou pra descansar um pouquinho (se ele não apagar na cama antes de você!).
Sabe aquela massinha de farinha com água que a gente brincava? Relembre os velhos tempos! No olho mesmo, misture a farinha com um pouco de água e umas gotas de corante comestível (mas não é pra deixar o guri comer!) E brinque de amassar, fazer bolinhas e ir dividindo a massa em vários pedaços que depois você pode ir escondendo pra ele achar. Sabe o pote do sorvete que a gente usa pra congelar o feijão? Se pegar vários com a tampa, vai ter uns bons 15 minutos de descanso. Pegue aquele livro colorido que quando você abre todos os personagens pulam e/ou fazem barulho,um instrumento musical (a flauta é ótima pros pequenos treinarem o sopro) ou aquele DVD que ele adora (só não vale largar o guri na frente da televisão por mais de uma hora!), e quando já tiver muito cansada dessa vida dura de mãe, enche a banheira, coloca os patinhos de borracha todos, e vai fazer bagunça na água!

Sem esquecer que quando o filhote ficar maior e você puder curtir uma peça, um filme ou qualquer outra programação sem que ele fique de saco cheio nos primeiros 3 minutos, você muito provavelmente vai estar cheia de saudade de quando ele andava pela casa feito patinho, assim meio torto, por todos os cantos!