Feriadão. Família em casa. Ninguém trabalhando. E aí, cai a chuva. Fazendo o trabalho dela, todo o dia sem parar. Lavando as almas dos que estão de folga, embalando os sonhos debaixo dos edredons nos sofás desse Brasil, virando quase que trilha sonora dos casais românticos que estão curtindo um dia dos namorados super estendido. Ela só esqueceu que quando ela cai, as pobres mães soteiras de filhos ainda bebês, não curtem o feriado. Tem trabalho dobrado, ainda mais quando o filho em questão sofre de hiperatividade, 98% de certeza, diagnostica a mamãe. Sem dramas? Ok. A gente curte sim. A gente acorda um pouquinho mais tarde porque parece que até o berço fica com aquele gostinho de quero mais, um soninho que parece grudar no pequeno e que, por milagre de todos os seus e meus deuses juntos, consegue deixar ele deitado por cinco minutos inteirinhos do seu lado vendo TV e curtindo um carinho de mãe na barriguinha. A gente curte ver o piolhinho todo coberto com aquele macacãozinho coisa mais linda de deus e acha uma delícia aquela bundinha listrada andando feito bêbada no balanço dos pézinhos que ainda estão numa sintonia meio desafinada. A gente corre atrás, joga pro alto, deita na cama e faz cosquinha, come os dedinhos do pé, prfffff no barrigão, mordisca a orelhinha, brinca de pique pega, de cadê-mamãe-achou!, de quem quer esse porquinho; e fica só um pouquinho suada!! Mas como você e eu sabemos, o relógio dos bebês é diferente do nosso, e tudo isso passa rapidinho. Nenhuma atividade com um bebê dura muito. Eles logo tem a atenção desviada por qualquer outro barulho ou cor ou objeto, logo ficam entediados e querem trocar de paisagem, querem andar, querem sentar, querem colo, mamar. É muita energia prum par de mãos só! Então, pra quem está acostumado com algumas atividades externas regulares, tais como pracinha, natação e passeios na rua, 4 dias inteiros de chuva são realmente uma quebra de rotina bem difícil de lidar. Ainda mais se você não tem um marido e não dirige (lê-se: tem duas mãos esquerdas!). Como o Rio carece de lugares fechados com atividades para bebês (ou vocês tão sabendo de alguma coisa que eu não?!), o jeito é ficar em casa mesmo, ou se, sua família não tiver mil outras coisas pra fazer, aproveitar uma caroninha pra dar um passeio em qualquer lugar. Sim, porque já no terceiro dia de confinamento até um pulinho na padaria vira aventura! Visitar um parente, um amigo, ou até um conhecido. Sim, porque no terceiro dia de confinamento, até conhecido vira íntimo! Mas se não tiver carona, a gente não se desespera com aquele chorinho de irritação no nosso ouvido o tempo todo. A gente faz assim:
Lá no Saara, tem aquelas caixas que vem com uns 20 vidrinhos de bolinha de sabão. Compra. Os efeitos que a bolinha de sabão exerce sobre os pequenos valem um texto exclusivo.
Deixa aquele carrinho de andar que ele adora no corredor , mas lembre-se de esconder quando ele estiver dormindo, porque senão o feitiço vira contra o feiticeiro e ele vai passar o dia todo berrando pra você coloca-lo lá dentro e ficar andando da sala pra cozinho pro corredor pro quarto. Sabe todos os brinquedos que ele tem? Junta tudo. Relaxa, um pouquinho de bagunça não faz tão mal quanto um bebê entediado.
Se o pai dele não virou seu marido mas ainda é seu amigo, deixa ele chegar junto e aproveita a presença dele pra brincar de bola e outros jogos que são mais divertidos quando se tem mais de dois jogadores, ou pra descansar um pouquinho (se ele não apagar na cama antes de você!).
Sabe aquela massinha de farinha com água que a gente brincava? Relembre os velhos tempos! No olho mesmo, misture a farinha com um pouco de água e umas gotas de corante comestível (mas não é pra deixar o guri comer!) E brinque de amassar, fazer bolinhas e ir dividindo a massa em vários pedaços que depois você pode ir escondendo pra ele achar. Sabe o pote do sorvete que a gente usa pra congelar o feijão? Se pegar vários com a tampa, vai ter uns bons 15 minutos de descanso. Pegue aquele livro colorido que quando você abre todos os personagens pulam e/ou fazem barulho,um instrumento musical (a flauta é ótima pros pequenos treinarem o sopro) ou aquele DVD que ele adora (só não vale largar o guri na frente da televisão por mais de uma hora!), e quando já tiver muito cansada dessa vida dura de mãe, enche a banheira, coloca os patinhos de borracha todos, e vai fazer bagunça na água!
Sem esquecer que quando o filhote ficar maior e você puder curtir uma peça, um filme ou qualquer outra programação sem que ele fique de saco cheio nos primeiros 3 minutos, você muito provavelmente vai estar cheia de saudade de quando ele andava pela casa feito patinho, assim meio torto, por todos os cantos!
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