quinta-feira, 7 de junho de 2012

Dando nome aos bois

Você namorou anos, e por motivos seus meus e deles, depois de rolos e desenrolos finalmente consegue terminar e deixar pra trás essa história mais do que complicada. Ou teria sido assim se no clássico relembrar é viver você ao invés de ter engravidado, tivesse tido no máximo aquela ressaca moral básica.
No caso das lindas jovens que engravidaram, o nó que você tinha dado pra amarrar seu bode naquele poste podre, agora não vai desatar é nunca, e quanto mais cedo você se acostumar com essa idéia melhor.
Sendo assim, a família dele virou família do seu filho, e um pouco totalmente sua por extensão.
E a gente levanta as mãos pro céu de ter que por enquanto lidar SÓ com isso e com o filho pequeno, porque se ainda tivesse que lidar com a futura família que ele vai formar com uma namorada doida que não presta pra madrasta do filhote, seria demais né arnaldo?
Aí, quando sai da esfera familiar e uma apresentação se faz necessária, a gente demora pra se acostumar a dizer: esse aqui é o pai do meu filho. Com o tempo, já sai mais naturalmente. E a questão passa a ser: a avó paterna do seu filho é ou não é sua sogra? Tecnicamente, sem casório a mãe do dito cujo não é oficialmente sogra. Mas a minha já foi consograda - ha - ha! E a sua também deve ser.
Sogra, como a lei estipulou, é eterna, então, não tem problema acumular, quer dizer, até tem, mas como é problema do tipo pessoal e intransferível e você já tá tirando esses aí de letra, é como se não tivesse.
Mas como saber se é pra ficar chamando a avó-paterna-do-seu-filho de sogra na frente dos outros se vocês já não tem mais um relacionamento amoroso?
O melhor, para não ficar parecendo que você tá doidinha pra ser a norinha querida, é ver como ele trata nominalmente a sua mãe, senhora avó materna. E depois que ouvir ele dizer: essa é minha sogra, tá tudo liberado. Mas se você mesmo assim não se sente à vontade de chamar a mãe dele de sogrinha, e prefere manter um afastamento, não seja boba. Esse é o menor dos seus problemas.
No final das contas, esse post é totalmente descartável, e a gente só repara nisso quando vai chegando no último parágrafo e para pra pensar que na verdade o nome que a gente dá aos bois não muda em  quase nada o rumo que segue a boiada (a não ser quando o avô paterno insiste em dizer que você é mulher do filho dele, porque conservador que é, engravidou do filho, virou esposa!).

Mas já que estamos aqui e a sogra virou tema principal, a gente aproveita pra dar umas dicas de como manter um bom relacionamento com a mãe do pai do seu filho, a avó paterna, a querida e eterna senhora sua sogra. Acima de tudo, ela é mãe, logo, ela já chega chegando com todas as qualidades (que nós só  não  chamamos de defeito porque entramos pro time) que uma mãe carrega. Vai se intrometer demais, vai dar presente que você não gosta, vai ter sempre uma opinião sobre os assuntos que só deveriam dizer respeito à você e seu filho, e de vez em quando ao filho dela. Ela não vai se incomodar com a hora ao te visitar com o netinho recém-nascido, e ela pode falar alto, tirar foto, e criticar a maneira como você está fazendo as coisas, afinal de contas, o jeito dela é sempre melhor! Qualquer semelhança não é mera coincidência, e a única diferença entre ela e sua mãe é que quando a mãe é sua você pode mandar ela embora sem ser grossa ou mal educada.
Com o tempo, você vai ganhando mais confiança no seu taco materno, e vai aprendendo a sutilmente definir o seu papel como autoridade mór na vida do filhote. Porque ter filho cedo te dá, além do filho e do problema que é o pai dele, muitas outras mães, já que até as senhorinhas que te vêem passeando com ele na rua querem te dizer o que fazer (ainda mais se você tem ou aparenta ter uns 15 anos). Ter paciência é fundamental, e tentar entender que esses relacionamentos são os muitos que seu filho terá na vida dele além do seu, e que quanto mais amorosos e saudáveis forem, melhor.
Principalmente, se você fizer o seu trabalho de educá-lo bem, ensinando o amor, o respeito e o carinho, ele vai ter discernimento para diferenciar o relacionamento que faz bem daquele que não faz, e vai saber escolher o que quer cultivar no coraçãozinho dele. Então, não se preocupe tanto com os outros.
Você sabe que por não ser casada com o filho dela, ela pode não se sentir tão fazendo parte daquilo tudo quanto a sua mãe, por exemplo. Mostre sempre que ela faz sim, e que é sempre bem vinda. Afinal de contas, da maneira dela, ela é super prestativa e cheia de boa vontade (na maioria das vezes).
Ame e respeite sua sogra, como eu aprendi a amar a minha, porque avós são muito importantes pra formação de uma criança. E vamos combinar, a gente ainda não tá vivo mesmo depois de ter passado por várias reuniões de família com a vó paterna quase que nos pegando pelo pescoço pra mostrar pras amigas como são lindos nossos olhos verdes, nossos cabelos claros, nossos cachos definidos, nossa linda voz, ou até mesmo o nosso vestido?!, quando a gente tava no auge da esquisitice adolescente e não tinha mais nada de bonito pra elogiar.

Nosso dia de avó paterna vai chegar, e vamos sentir na pele todas essas emoções!
Um beijo nas sogras.

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